Ministério Público investiga se Aldo Bertoni se aproveitava das fiéis
Um homem de 85 anos é suspeito de abusar de mulheres usando uma seita que ele criou para adorar a si mesmo. Aldo Bertoni tem os passos acompanhados de perto pelo Ministério Público há dois anos, quando a primeira vítima tomou coragem e procurou os promotores. Depois dela, dezenas de vítimas fizeram o mesmo.
A equipe da Record acompanhou o homem. Os encontros foram acompanhados pela reportagem, que ouviu as vítimas e as autoridades. O prédio fica no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Lá funciona a matriz da seita chamada de apostólica, que reúne outros duzentos templos pelo Brasil e 25 mil seguidores.
Aldo construiu uma pequena fortaleza, vigiada 24 horas. Ele não conduz as cerimônias e aparece apenas para ser venerado. É a adoração de quem crê estar diante de um profeta, um vidente, uma divindade. As músicas cantadas no encontro servem para exaltar o próprio Aldo.
E é justamente essa devoção que ajuda a entender o que aconteceu a algumas mulheres ouvidas pela reportagem. Uma delas, que preferiu não se identificar, disse que foi falar com ele, para “pedir a oração, pedir ajuda pra ele, pra pedir pelo meu marido, aí ele falou que 'não"”.
- Falou assim pra mim: "não, deixa ele morrer que aí pelo menos você fica pra mim".
Com Claudete, o drama foi outro. Desesperada com a doença grave da filha pequena, procurou Aldo Bertoni em 2008.
- Eu queria falar com ele pra pedir oração, acreditava que ele podia interceder por nós.
Ela diz que entrou em uma sala pequena usada só para as reuniões particulares. Aldo, então, trancou a porta.
- Ele pegou e falou “e essa dorzinha que você sente aqui?” E já veio e colocou a mão no meu seio. Aí eu peguei e falei pra ele, “mas eu não sinto dor nenhuma no meu peito”, e aí ele falou: sente sim e foi aí que ele começou a me abraçar, me beijar pescoço, na boca, desceu a mão e começou a passar em mim. E ele falava assim “olha nos meus olhos, olha para os meus olhos. E aí fui ficando muito nervosa e não conseguia sair dele.
Ela disse ainda que Bertoni ameaçou até matar o marido dela.
- Ele fez a proposta para eu largar do meu marido, que ele ia me dar tudo. [Que eu] abandonasse tudo, que ele ia cuidar de mim.
Assustada, ela fugiu para nunca mais voltar.
- Eu dediquei 35 anos da minha vida a ele; precisava de ajuda espiritual, oração. Poxa vamos te ajudar... Ele quis abusar de mim, sabe...
Justiça - A promotora do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) Sandra Rodrigues de Oliveira afirmou que muitas mulheres passaram “anos, anos se consumindo porque tinham tido uma relação sexual. Acreditavam que ele era um santo, mas algo ali, no inconsciente, ficava trabalhando, e muitos anos depois algumas conseguiram revelar para algum familiar".
Uma outra vítima, que não quis se identificar porque o marido ainda não sabe dos detalhes do que aconteceu entre ela e Bertoni, afirmou que ele revelou sua intenção de ter uma relação com ela.
- Que eu estava com um problema no útero, que eu estava com câncer, que eu tinha uma doença e que ele precisava fazer isso, que eu ia ser curada.
Ela disse que acreditou estar mesmo doente e por isso os encontros continuaram. Em um deles, ele quis fazer sexo oral. Ela repete o que ele teria dito.
- Se você tem problema, eu vou ter que fazer isso com você. Que eu vou soltar algo que vai te curar.
O abuso foi tanto que ela desconfiou, fez um exame e não encontrou nada. Ela abandonou a seita, mas até hoje é perseguida pelas lembranças perturbadoras.
Aproximação - Para se aproximar de Aldo Bertoni, os produtores da Record precisaram se vestir e se comportar como os fiéis. As regras criadas por Bertoni dizem que as roupas precisam ser conservadoras. Ele reforça que é proibido usar maquiagem, como batom, ruge, pinturas nos olhos e esmalte colorido nas unhas, e dá o comprimento exato das saias: dois dedos abaixo do meio da barriga das pernas.
Claudete chora ao lembrar que seguia as regras e se dedicava à seita desde criança. Ela casou lá e viajava de Porto Alegre, onde vive, até São Paulo para pedir conselhos, até que em um dos encontros...
- Ele me beijou, beijou bastante, aí mandou eu sentar e começou a abaixar, a passar a mão nas minhas pernas. Aí depois me abraçou de novo e tirou a minha calcinha e mandou eu sentar no banco. E ele ficou de frente. Bem de frente pra mim.
Ela conta que “aí ele abaixou a roupa dele”.
- Aí, quando ele abaixou toda a roupa dele, eu vi que não tava certo, eu vi que aquilo não era normal, aí eu levantei.
Bertoni alegava que, ao tirar a calcinha dela e ficar nu para as carícias, ele purificava os pecados da jovem.
- Daí logo eu sai, daí vim pra casa e daí ali terminou o meu mundo.
Chorando, ela diz que “estava perdendo a fé em Deus... Eu não confiava mais em Deus”.
- Um trauma muito forte, muito grande. A gente não consegue esquecer.
Claudete reconstruiu sua vida, mas há quem não acredite nas denúncias. Ela diz que quem acusa o líder é considerado louco, “é bandido, não tem perdão. Perde amigos e a família”.
Uma outra vítima que não quis se identificar repetiu o que ouviu do próprio pai:
- Entre você e ele, eu fico com ele.
Nas cerimônias, os pregadores falam de Aldo Bertoni como um apóstolo, o primaz, o salvador. Atrás do salão principal, há uma sala repleta de fotos dele por todos os lados. Em uma cerimônia, uma produtora do Domingo Espetacular chamou a atenção de Bertoni, que conversou com ela duas vezes. Na primeira, ela diz que não consegue engravidar e ouve uma profecia:
- Em três meses engravida!
Dias depois, na fila dos fiéis, ela pede um encontro reservado e é prontamente atendida. Por segurança, ela não apareceu.
Enriquecimento ilícito - Bertoni também é acusado pelos promotores de enriquecimento ilícito. Ele anda cercado de seguranças e tem oito armas registradas em seu nome
Sílvio também acreditava na santidade de Aldo até começar a trabalhar para ele, que visitava as casas de mulheres que seriam suas amantes.
- A partir do momento que eu passei a ser segurança dele, eu falei “você é sujo”. [...] Ele inclusive fazia filmagem para mostrar para os amigos, poxa vida, isso é baixaria.
R7
Cumprindo o cronograma de aferições do Projeto Despoluir, uma equipe de técnicos ambientais retorna a João Pessoa, a partir da próxima segunda-feira (21), para continuar os trabalhos de averiguação dos níveis de emissão de poluentes lançados na atmosfera pelos veículos que integram a frota de ônibus da Capital. Esta semana os mesmos profissionais realizam trabalhos em Campina Grande. Segundo Amauri Azevedo, coordenador do Programa na Paraíba, as aferições que são feitas em duas etapas já apresentam bons resultados na primeira bateria que tem previsão para término em junho deste ano. O diretor executivo da Associação das Empresas de Transporte Urbanos de João Pessoa (AETC-JP), Mário Tourinho, lembra que a entidade apóia o programa e que os índices de aprovação das empresas de João Pessoa sempre figuram entre os melhores resultados. A equipe da Record acompanhou o homem. Os encontros foram acompanhados pela reportagem, que ouviu as vítimas e as autoridades. O prédio fica no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Lá funciona a matriz da seita chamada de apostólica, que reúne outros duzentos templos pelo Brasil e 25 mil seguidores.
Aldo construiu uma pequena fortaleza, vigiada 24 horas. Ele não conduz as cerimônias e aparece apenas para ser venerado. É a adoração de quem crê estar diante de um profeta, um vidente, uma divindade. As músicas cantadas no encontro servem para exaltar o próprio Aldo.
E é justamente essa devoção que ajuda a entender o que aconteceu a algumas mulheres ouvidas pela reportagem. Uma delas, que preferiu não se identificar, disse que foi falar com ele, para “pedir a oração, pedir ajuda pra ele, pra pedir pelo meu marido, aí ele falou que 'não"”.
- Falou assim pra mim: "não, deixa ele morrer que aí pelo menos você fica pra mim".
Com Claudete, o drama foi outro. Desesperada com a doença grave da filha pequena, procurou Aldo Bertoni em 2008.
- Eu queria falar com ele pra pedir oração, acreditava que ele podia interceder por nós.
Ela diz que entrou em uma sala pequena usada só para as reuniões particulares. Aldo, então, trancou a porta.
- Ele pegou e falou “e essa dorzinha que você sente aqui?” E já veio e colocou a mão no meu seio. Aí eu peguei e falei pra ele, “mas eu não sinto dor nenhuma no meu peito”, e aí ele falou: sente sim e foi aí que ele começou a me abraçar, me beijar pescoço, na boca, desceu a mão e começou a passar em mim. E ele falava assim “olha nos meus olhos, olha para os meus olhos. E aí fui ficando muito nervosa e não conseguia sair dele.
Ela disse ainda que Bertoni ameaçou até matar o marido dela.
- Ele fez a proposta para eu largar do meu marido, que ele ia me dar tudo. [Que eu] abandonasse tudo, que ele ia cuidar de mim.
Assustada, ela fugiu para nunca mais voltar.
- Eu dediquei 35 anos da minha vida a ele; precisava de ajuda espiritual, oração. Poxa vamos te ajudar... Ele quis abusar de mim, sabe...
Justiça - A promotora do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) Sandra Rodrigues de Oliveira afirmou que muitas mulheres passaram “anos, anos se consumindo porque tinham tido uma relação sexual. Acreditavam que ele era um santo, mas algo ali, no inconsciente, ficava trabalhando, e muitos anos depois algumas conseguiram revelar para algum familiar".
Uma outra vítima, que não quis se identificar porque o marido ainda não sabe dos detalhes do que aconteceu entre ela e Bertoni, afirmou que ele revelou sua intenção de ter uma relação com ela.
- Que eu estava com um problema no útero, que eu estava com câncer, que eu tinha uma doença e que ele precisava fazer isso, que eu ia ser curada.
Ela disse que acreditou estar mesmo doente e por isso os encontros continuaram. Em um deles, ele quis fazer sexo oral. Ela repete o que ele teria dito.
- Se você tem problema, eu vou ter que fazer isso com você. Que eu vou soltar algo que vai te curar.
O abuso foi tanto que ela desconfiou, fez um exame e não encontrou nada. Ela abandonou a seita, mas até hoje é perseguida pelas lembranças perturbadoras.
Aproximação - Para se aproximar de Aldo Bertoni, os produtores da Record precisaram se vestir e se comportar como os fiéis. As regras criadas por Bertoni dizem que as roupas precisam ser conservadoras. Ele reforça que é proibido usar maquiagem, como batom, ruge, pinturas nos olhos e esmalte colorido nas unhas, e dá o comprimento exato das saias: dois dedos abaixo do meio da barriga das pernas.
Claudete chora ao lembrar que seguia as regras e se dedicava à seita desde criança. Ela casou lá e viajava de Porto Alegre, onde vive, até São Paulo para pedir conselhos, até que em um dos encontros...
- Ele me beijou, beijou bastante, aí mandou eu sentar e começou a abaixar, a passar a mão nas minhas pernas. Aí depois me abraçou de novo e tirou a minha calcinha e mandou eu sentar no banco. E ele ficou de frente. Bem de frente pra mim.
Ela conta que “aí ele abaixou a roupa dele”.
- Aí, quando ele abaixou toda a roupa dele, eu vi que não tava certo, eu vi que aquilo não era normal, aí eu levantei.
Bertoni alegava que, ao tirar a calcinha dela e ficar nu para as carícias, ele purificava os pecados da jovem.
- Daí logo eu sai, daí vim pra casa e daí ali terminou o meu mundo.
Chorando, ela diz que “estava perdendo a fé em Deus... Eu não confiava mais em Deus”.
- Um trauma muito forte, muito grande. A gente não consegue esquecer.
Claudete reconstruiu sua vida, mas há quem não acredite nas denúncias. Ela diz que quem acusa o líder é considerado louco, “é bandido, não tem perdão. Perde amigos e a família”.
Uma outra vítima que não quis se identificar repetiu o que ouviu do próprio pai:
- Entre você e ele, eu fico com ele.
Nas cerimônias, os pregadores falam de Aldo Bertoni como um apóstolo, o primaz, o salvador. Atrás do salão principal, há uma sala repleta de fotos dele por todos os lados. Em uma cerimônia, uma produtora do Domingo Espetacular chamou a atenção de Bertoni, que conversou com ela duas vezes. Na primeira, ela diz que não consegue engravidar e ouve uma profecia:
- Em três meses engravida!
Dias depois, na fila dos fiéis, ela pede um encontro reservado e é prontamente atendida. Por segurança, ela não apareceu.
Enriquecimento ilícito - Bertoni também é acusado pelos promotores de enriquecimento ilícito. Ele anda cercado de seguranças e tem oito armas registradas em seu nome
Sílvio também acreditava na santidade de Aldo até começar a trabalhar para ele, que visitava as casas de mulheres que seriam suas amantes.
- A partir do momento que eu passei a ser segurança dele, eu falei “você é sujo”. [...] Ele inclusive fazia filmagem para mostrar para os amigos, poxa vida, isso é baixaria.
R7
De acordo com Amauri Azevedo, em João Pessoa, a primeira etapa das aferições está com o calendário em dia e, nos dois primeiros meses deste ano, os índices apresentados mantém os resultados positivos. “Dos 517 ônibus que compõe a frota da Capital, já foram fiscalizados ¼ deles em janeiro (132 veículos), com um índice de 92% de aprovação. Em fevereiro, mais 146 ônibus passaram pela vistoria, mantendo o nível de aprovação acima dos 90%”, disse o coordenador, lembrando que a meta de fiscalizar toda a frota até junho deste ano será cumprida.
O Programa Despoluir atende quatro Estados Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) dentro da área de cobertura da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), entidade que coordena o Programa. “Toda a frota dos Estados é vistoriada duas vezes ao ano. Quando encontramos algum veículo fora do padrão, enviamos o ônibus de volta para a oficina para reparos e depois requisitamos a repetição do teste de qualidade”, avisa o coordenador do Programa na Paraíba, lembrando que por mês são feitas cerca de 275 aferições em toda a Paraíba que possui 1200 ônibus, entre veículos urbanos, intermunicipal e rodoviário.
O programa vem alcançando mudanças significativas em relação ao comportamento das empresas de transportes desde 1997, quando o nível de aprovação da frota em João Pessoa, por exemplo, chegava a 64%. Este cenário é ficou bem diferente em 2010, quando a frota de João Pessoa atingiu um dos melhores índices de aprovação entre os quatro estados onde o programa funciona, com 89% de aprovação. “Isso é fruto do trabalho das empresas de transportes coletivos de João Pessoa que estão empenhadas e obter 100% de aprovação da frota. Meta que está perto de ser cumprida já que em 2010 chegamos perto dos 90%. Esperamos que em 2011, os resultados melhorem ainda mais”, destaca Mário Tourinho, lembrando que a baixa idade média da frota da capital paraibana (3.3 anos) também influencia neste resultado já que, somente nos últimos oito anos, mais de 300 novos ônibus foram incorporados à frota de João Pessoa.
Sobre o Programa Despoluir
O Programa Despoluir, lançado em julho de 2007 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e coordenado pela Fetronor, atua ampliando e renovando as ações do antigo Programa EconomizAR e tem o objetivo de promover a melhoria da qualidade do ar através da redução da emissão de poluentes como CO2 e particulados no meio ambiente, que contribuem também para o aquecimento global.
Ao longo de todo o ano, os veículos de mais de 100 empresas sediadas nos estados base da Fetronor, que participam ativamente do Programa, são vistoriados por técnicos ambientais devidamente treinados para as novas tecnologias adotadas e que operam com equipamentos sofisticados e precisos nas aferições dos níveis de emissão de gases e particulados.
A cada 30 dias são coletadas amostras para realizar as análises, que são tabuladas pela coordenação do “Despoluir” e cujos resultados são descritos em relatórios emitidos aos donos e responsáveis pelo setor de manutenção das empresas participantes. Nesses relatórios também são acrescentados a porcentagem de aprovação das frotas, ou seja, se o nível de emissão de poluentes está dentro do limite permitido.
Fonte: News
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