Pouco antes de discursar na Assembleia Geral em NY, presidente da Autoridade Palestina entregou pasta com pedido formal de reconhecimento do novo estado

Entrevista: 'Estado palestino deve ser o fim, não o começo", diz porta-voz de Israel
Entenda o caso
- • Diante do fracasso do acordo de paz com Israel, a Autoridade Nacional Palestina decidiu propor à Assembleia Geral da ONU votação a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras antes de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
- • As negociações de paz entre israelenses e palestinos chegaram a ensaiar um retorno, por intermédio dos Estados Unidos, que defendem que só é possível criar um estado palestino realmente significativo a partir da retomada do diálogo - empacado diante da recusa israelense de parar assentamentos judeus em territórios palestinos ocupados.
Além do estado independente, Abbas também pediu a libertação imediata dos palestinos presos pelo governo israelense e afirmou que seu povo sempre esteve determinado a negociar. Ele defende que o reconhecimento do novo estado deve acelerar o avanço no diálogo, enquanto Israel alega exatamente o contrário - que as negociações precisam ser retomadas antes de qualquer decisão ser tomada pela ONU. "Não podemos simplesmente seguir as negociações como se tudo estivesse bem, se os israelenses continuam com a ocupação em território palestino. É totalmente inaceitável", continuou Abbas. "Não vamos permitir que continuem rejeitando resoluções já tomadas e ignorando a posição da maioria dos países do mundo."
Ele culpa as autoridades israelenses de terem acabado com suas esperanças em relação a um acordo de paz, ao intensificarem a construção dos assentamentos no território do futuro estado palestino. Abbas também define como "brutalidade" a maneira como Israel tem tratado o povo palestino, confiscando sistematicamente as casas de milhares de pessoas que vivem na Cisjordânia e destruindo comunidades inteiras. Sobre o terrorismo, principal preocupação de Israel diante da possibilidade de criação imediata do estado palestino, Abbas afirmou que condena essas atividades criminosas "em todas as suas formas".
Há semanas, Abbas ensaiava formalizar a solicitação de criação do estado palestino. Pouco antes de tomar o microfone, entregou o pedido formal em uma pasta com o símbolo palestino na sala de reuniões do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que vai analisar o conteúdo. Abbas sugere a criação de um estado palestino e seu reconhecimento como membro da organização internacional, hoje com status de "entidade observadora" e sem direito a voto nas Nações Unidas. Mas as chances de isso acontecer são quase nulas. Afinados com os americanos, os israelenses dizem que a prioridade é dar continuidade às negociações bilaterais e diretas - mesmo que tenha tido poucos avanços até o momento e estejam travadas há quase um ano. Para eles, tal decisão deve ser alcançada na mesa do diálogo, mas só depois que as preocupações de Israel com a segurança do país sejam superadas.
O que está em jogo na votação para criar estado palestino
O que está em votação na ONU?
A criação de um estado palestino nas fronteiras anteriores a 1967: anexado aos territórios de Cisjordânia e Gaza, tendo Jerusalém Oriental como capital. A proposta busca o reconhecimento como membro da organização internacional - hoje com o status de “entidade observadora” e sem direito a voto nas Nações Unidas.
Abbas entregou pasta com a solicitação a Ban Ki-moon
Da Redação com Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário