quinta-feira
Paraíba vai enfrentar falta de etanol, afirma Sindalcool
A Paraíba enfrentará falta de etanol a partir de março do próximo ano. A informação é do presidente do Sindicato da Indústria de Produção do Álcool da Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa. Segundo ele, o colapso será resultado de um descompasso que vem ocorrendo há vários anos no setor.
O consumo está aumentando acima da capacidade de produção do combustível. Enquanto que a produção do etanol cresce a 3% ao ano, a venda de carros movidos a álcool sobe 10%. O desabastecimento vai obrigar o Estado a exportar o produto, como ocorreu há quatro anos, quando a Paraíba comprou álcool dos Estados Unidos.
A safra da cana-de-açúcar começou neste mês de julho e vai prosseguir até o início de março. A previsão é que a produção brasileira chegue ao pico de 27 bilhões de litros de álcool. Só a Paraíba deverá produzir 394 milhões. Serão 105 milhões a mais em relação ao ano passado, quando o Estado atingiu a marca de 298 milhões de litros.
Mesmo com o crescimento, a quantidade não será suficiente para atender a demanda. E o mais grave é que o desabastecimento, dificilmente, será evitado, como analisa o presidente do Sindalcool. “A cana-de-açúcar demora 18 meses para chegar ao estágio que permite a produção do etanol. Por causa disso, mesmo que o governo comece a adotar medidas para incentivar a produção, a partir de agora, ainda assim, não haverá tempo hábil para abastecer o setor a partir de março de 2012”, detalha.
Falta de políticas
Para piorar ainda mais esse quadro, faltam políticas públicas para o etanol. Edmundo explica que desde a crise mundial que abalou o Brasil em 2008, o governo federal reteve a aplicação de recursos e a criação de medidas para a produção do álcool. A crise passou, mas o governo não retomou os investimentos para o setor canavieiro.
“A energia limpa e renovável ainda não é uma opção clara e definida do Governo Federal. Ele vem estimulando muito na venda de carros a gasolina, por causa do petróleo que será gerado com o Pré-sal, mas ele esquece que esse recurso natural é finito. Pesquisadores já mostram que petróleo começará a ficar em falta a partir de 2030”, destaca.
“O Pré-Sal tem investimentos de 245 bilhões até 2014 e não existe o reconhecimento de que essa indústria (a do álcool) está num momento em que precisa de investimentos para continuar crescendo”, lamenta Edmundo.
Nathiele Ferreira
Do Jornal da Paraíba
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