sexta-feira

Erro médico matou doadora de medula óssea em SP, diz IML

Universitária de 21 anos morreu após fazer procedimento para doação.

Caso aconteceu em São José do Rio Preto, no interior de SP.

medula estudante (Foto: Reprodução/TV Tem)
O laudo entregue nesta quinta-feira (21) à Polícia Civil confirma que a universitária Luana Neves Ribeiro, de 21 anos, morreu por causa de erros médicos cometidos enquanto esteve internada no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo. Luana morreu no dia 4 de julho quando era submetida a preparativos médicos para fazer a doação da medula óssea para uma criança com leucemia do Rio de Janeiro.
A morte levou o hospital a paralisar a coleta de medula para transplante e o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) e a Polícia Civil a abrirem investigação.
O laudo, do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), atesta que a jovem teve a veia subclávia perfurada, o que causou hemorragia e um choque hipovolêmico - queda de pressão causada por grande vazamento de sangue -, que a levou à morte. As perfurações ocorreram durante a tentativa de implantar um cateter para fazer a coleta da medula na veia subclávia (próxima da jugular) esquerda, segundo o laudo.
Os médicos não diagnosticaram as perfurações e liberaram a moça, que estava hospedada em um hotel de Rio Preto. Quatro horas depois, Luana foi levada à emergência do hospital reclamando de fortes dores e agonizou por mais de uma hora sem receber atendimento de médicos. Mas, ao ser assistida, foi novamente vítima de outros procedimentos errados, e morreu.
Nesta quinta-feira, o delegado João Lafayete Sanches Fernandes, do 5º Distrito Policial, onde foi aberto inquérito para apurar a responsabilidade pela morte da universitária, ouviu mais duas médicas, uma responsável pelo implante do cateter e outra que a atendeu na emergência. O médico também recebeu o laudo do SVO.
O documento mostra que houve "múltiplas perfurações em veia subclávia esquerda", como causa básica da morte. Em consequência, surgiram hemorragias intratorácicas, que causaram o choque hipovolêmico. "O choque hipovolêmico resulta da perda sanguínea ou volume plasmático. Isso pode ser causado por hemorragia, perda líquida ou trauma, sendo que o choque é uma disfunção que, se não corrigida, leva à morte", diz o laudo.
Com o documento, o delegado espera poder apontar os responsáveis pela morte da universitária. O Hospital de Base informou, por meio de sua assessoria, que não se manifestará sobre o assunto até o encerramento da sindicância aberta para apurar o caso.

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